sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Oferta de ERP em software como serviço é imatura, diz Gartner

Relatório do instituto aponta imaturidade para software como serviço ser oferecido como suíte integrada de ERP que as grandes empresas precisas.
Por IDG News Service, EUA
21 de agosto de 2008 - 07h00

O Gartner jogou um balde de água fria no hype em torno do ERP no modelo de software como serviço, especialmente para grandes empresas.

A analista Denise Ganly escreve no relatório "O Impacto do SaaS em ERP" alerta que os fornecedores de SaaS não conseguem atender hoje a necessidade das corporações por uma suíte integrada de soluções de ERP.

"Por conta da complexidade das suítes de ERP, as ofertas de SaaS para funções administrativas e operacionais estavam restritas a um domínio, como automação da força de vendas, ou a um único processo de negócios, como folha de pagamentos. Por isso, ERP em SaaS ainda é imaturo”, escreveu Ganly.

Entre as outras descobertas, o estudo aponta que as suítes de ERP oferecidas como SaaS não serão uma opção para grandes companhias pelos próximos cinco anos. "Ao menos que em seja em implementações de ERPs de tier duplo, as grandes organizações devem ignorar esse espaço”, escreveu.

O que está impedindo o ERP como SaaS, Ganly ressalta que, apesar do hype, existem fortes razões que explicam os motivos pelos quais suítes de ERP no modelo software como serviço ainda não estão prontas para implementações de estado da arte em corporações.

Ela pede aos CIOs e líderes de tecnologias e negócios não se “enganem” com o impressionante dados de crescimento de ERP em SaaS. "Boa parte do crescimento previsto para esse mercado vai ser motivado pela adoção de soluções pontuais em SaaS de gestão de pessoas e certas funções financeiras," escreve a analista. "A taxa de crescimento para suítes de ERP em SaaS será uma pequena proporção de todo a alta do mercado, porque soluções maduras e robustas não devem surgir até 2011."

De acordo com Denise Ganly, a adoção de ERP no modelo de software como serviço está relacionada à falta de recursos financeiros e de pessoas para TI em várias organizações, que ficam interessadas no SaaS por liberar a equipe de TI para se concentrar em processos mais estratégicos.

Além disso, diversas empresas acreditam que o ERP em SaaS se “liga instantaneamente”, o que significaria que pode ser implementado com pouca ou nenhuma intervenção. "De qualquer jeito, as empresas precisam realizar re-engenharia, redefinir processos, definir os pontos de integração, entre outras coisas", ela escreve.

A analista aponta como entraves para adoção de ERP como serviço estão relacionadas ao custo de propriedade (TCO). Mas, defende, as empresas clientes têm “expectativas irreais dos seus custos operacionais com SaaS”, assim como os fornecedores.

A segurança é outro problema por conta de dados financeiros e preocupações com privacidade. "Os fornecedores devem provar para organizações que analisam o ERP em SaaS que ele é seguro. A melhor maneira é via projetos-piloto pequenos, para encorajar os clientes a compartilhar as suas histórias de sucesso.", escreveu

O futuro do ERP em SaaSApesar do sucesso de ERP como SaaS nas pequenas e médias empresas, o Gartner prevê que o software como serviço vai ter apenas 16,7% do mercado total de ERP até 2011.

Ganly completa: "A complexidade das suítes de ERP, com a falta de fornecedor confiável no setor, impede que o ERP em SaaS seja uma opção viável em curto prazo. Mesmo com preço inicial bem menor, os custos ‘escondidos’ precisam de atenção, sejam eles de sandboxing, testes e desenvolvimento, storage e integração”.

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