domingo, 4 de outubro de 2009

Kraft Foods tem fome de planejamento

Para manter a liderança em vários segmentos, Fernando Brocaneli mudou sistema de gestão para se preparar para demanda prevista para os próximos anos.

Por Rodrigo Caetano, da COMPUTERWORLD
18 de setembro de 2009 - 07h00

Enxergar o futuro. Qualidade indispensável para qualquer profissional de tecnologia, ainda mais se ele atua em um cargo de gestão. A prática vale tanto para inovar, quanto para manter sua infraestrutura atualizada. Fernando Brocaneli, diretor de tecnologia da informação para Brasil e América Latina da Kraft, e IT Leader na categoria Indústria de Alimentos e Bebidas, utiliza com maestria este recurso.

Saber o que vai acontecer no futuro não significa nenhuma qualidade sobrenatural. Existem meios para fazer previsões, muito mais eficientes. Um dos principais é conhecer a empresa e seu negócio, além do contexto econômico em que a companhia atua. “Fizemos algumas pesquisas e constatamos que nosso sistema de gestão não suportaria o crescimento dos negócios a partir de 2011”, conta Brocaneli.

Fabricante de alimentos e bebidas com marcas consagradas no mercado, como Lacta, Tang e Nabisco, a Kraft está inserida em um dos mercados mais competitivos do mundo, e com a terceira maior taxa de crescimento em lucro segundo a revista americana Fortune, que realiza anualmente um ranking com as maiores empresas globais. “A crise econômica não nos afetou muito. As pessoas não vão deixar de comer”, diz o executivo.

Diante dessa realidade, o executivo tomou a decisão de propor uma substituição do sistema de gestão da companhia. O projeto começou no Brasil e já está sendo expandido para toda a América Latina. A empresa vai sair de uma plataforma JD Edwards, da Oracle, para um sistema SAP. O contrato com a empresa alemã é o maior entre todas as operações da Kraft.

Outro problema do sistema antigo era a manutenção. Brocaneli conta que o serviço custava muito caro e era complexo, além de ser difícil encontrar profissionais capacitados. No Brasil, o processo de substituição deve durar 14 meses, ficando pronto no início de 2010. Ao todo, a plataforma vai atender 19 países na região e o cronograma prevê que a implementação global seja concluída em até três anos.

Para um projeto tão grande como este, o tempo previsto para a operação brasileira — um pouco mais de um ano — pode parecer curto, e de fato não é grande coisa. A agilidade virá por conta de outra decisão do executivo: mexer o mínimo possível nos padrões do SAP. Antes de qualquer ação, foi feita uma análise dos “buracos” da solução. A partir disso, foi possível, com precisão cirúrgica, determinar em quais módulos seria realmente necessário usar desenvolvimento e fazer customizações.

Algumas áreas, principalmente as que envolvem premissas legais, como tributos, não escapam. A nota fiscal eletrônica (NFe), por exemplo, é um sistema que teve de ser desenvolvido. O trabalho foi feito juntamente com o fornecedor do sistema. “Na área comercial também existem algumas mudanças, mas os impactos não são muitos”, explica o diretor.

Segundo Brocaneli, todo esse processo de troca de ERP apresenta, resumidamente, três desafios. O primeiro é definir o projeto em si. Em seguida, é preciso ter uma ideia de como vai ficar. Essa questão foi resolvida com o uso de um modelo global do sistema SAP, utilizado em outras operações da Kraft. Por último, existe a dificuldade de saber o melhor momento para dar o passo inicial e começar a implementação.

Para deixar a situação ainda mais desafiante, o executivo enfrentou, ao mesmo tempo, uma grande mudança da infraestrutura de telecomunicações da empresa. No ano passado foi assinado um contrato com a operadora americana AT&T, que ficará responsável pela rede de dados da empresa. A nova topologia, baseada no protocolo de roteamento MPLS (da sigla em inglês, Multiprotocol Label Switching), vai permitir a adoção de telefonia IP e reduzir custos. A mudança será feita em toda América Latina. Pelo tamanho, o Brasil está liderando o processo.

Valor para o negócio
Enxergar o futuro significa, ainda, oferecer ferramentas que melhorem a produtividade por meio de novas tecnologias ou conceitos. No caso de Brocaneli, o desafio era melhorar o atendimento aos canais tradicionais da Kraft, tornando as vendas mais eficientes. A novidade tecnológica foi o uso do modelo de software como serviço, no qual a infraestrutura fica a cargo do fornecedor, para solucionar a questão.

A empresa possui dois tipos de canais de vendas, explica o executivo. O canal denominado moderno compreende os grandes varejistas, como Wal Mart e Carrefour. Nesse caso, o atendimento é mais direto. No tradicional, encontram-se os atacadistas e distribuidores. Isso significa que a força de venda, apesar de ser um braço da companhia, não é composta apenas por funcionários da empresa.

Os distribuidores, além disso, às vezes não são exclusivos da Kraft. “Precisávamos de algo mais eficiente”, conta Brocaneli. Foi adotado, então, um sistema de automação de força de venda que compreende a estratégia de negócios da empresa, as políticas comerciais e todos os processos entre a companhia e os distribuidores.

Treinar o pessoal que não faz parte do corpo de funcionários da Kraft, mas vai utilizar o sistema, foi um desafio. “Existe investimento de tempo e dinheiro, mas a solução precisa funcionar para ambos os lados, empresa e parceiros”, afirma o executivo.

Linguagem de negócios
Segundo Brocaneli, a forma como o departamento de tecnologia da informação comunica os resultados é muito eficiente. Isso facilita a adoção de novas tecnologias e de inovação. Na América Latina, a área conta com 70 pessoas, sendo 26 funcionários no Brasil. A terceirização de serviços também é amplamente utilizada. Ao todo, são 25 parceiros atuando junto com a empresa no País. No ano passado, todo o setor de recursos humanos foi terceirizado, o que envolveu, em grande parte, a área de TI.

Apesar da crise financeira mundial, o orçamento de tecnologia da empresa não foi afetado. Brocaneli explica que a Kraft tem uma estratégia de investimentos definida para os próximos três anos e nada deve mudar até 2011. “Para 2012 ainda não temos nada totalmente definido, porque é mais difícil prever. Mas faremos isso em breve”, diz o diretor.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

SAP e Salesforce desenvolvem extensões para o Google Wave

Fornecedores de softwares querem agregar extensões à ferramenta de colaboração do Google em benefício de seus produtos.

Por IDG News Service/EUA
01 de outubro de 2009 - 17h15

Ainda em desenvolvimento, o Google Wave, plataforma de comunicação e colaboração do Google, já desperta o interesse de grandes fornecedores de aplicativos, como a norte-americana Salesforce.com e a alemã SAP.

Ambas construíram protótipos de aplicações utilizando a prévia do Wave disponibilizada para desenvolvedores. A mesma prévia foi oferecida para cerca de 100 mil usuários na quarta-feira (30/9).

O núcleo de pesquisas da SAP criou uma aplicação chamada Gravity, capaz de gerar um ambiente para desenvolvimento de modelos de processos. Criado o modelo, ele poderia ser exportado automaticamente para a ferramenta SAP BPM (business process modeling) para ser refinado.

Enquanto isso, a Salesforce.com mostrou um vídeo de uma ferramenta na qual um consumidor em busca de suporte usa o Wave para iniciar um diálogo com um robô. O sistema cria um registro do caso na plataforma Salesforce.com. Caso o robô não consiga responder às perguntas, o usuário pode solicitar um atendimento ao vivo com um humano, que se junta à conversa.

O Google já vislumbra monetizar a ferramenta com uma futura loja de extensões para o Wave, de acordo com post no blog oficial da companhia. Mas, de acordo com o analista da consultoria de tecnologia Redmonk, Stephen O’Grady, a ferramenta ainda não vai ao encontro das necessidades das empresas.

“Para ter aplicação no setor corporativo, a usabilidade da ferramenta terá de sofrer melhorias. A tecnologia ainda é intimidante para usuários menos técnicos", afirma o analista. Para ele, o Google precisará criar uma grande sintonia com potenciais parceiros para remover complexidades desnecessárias e expor ao usuário somente as funcionalidades de negócios.

Em seu blog, o Google reconheceu que o Wave ainda é um projeto em andamento que carece de diversas melhorias. O Google Wave Combina tecnologias de compartilhamento de documentos e mensagens instantâneas para criar um ambiente de colaboração em tempo real.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Saint-Gobain padroniza relatórios com solução de BI

Com ferramenta de business intelligence, empresa substitui antigo modelo manual de consolidação e extração de documentos.

Com ferramenta de business intelligence, empresa substitui antigo modelo manual de consolidação e extração de documentos.

Melhorar a qualidade das informações e do acesso aos dados das lojas e centros logísticos. Com esse objetivo, a área de tecnologia do Saint-Gobain Distribuição Brasil, grupo que tem entre seus negócios a empresa de materiais de construção Telhanorte Center Líder, resolveu investir em uma solução de business intelligence (BI).

“Buscamos uma ferramenta que gerasse análises detalhadas a partir de um grande volume de informações”, afirma o coordenador de BI da Saint-Gobain, Ronaldo Carneiro. “Até porque, tínhamos a necessidade de sermos mais competitivos frente ao dinâmico mercado varejista”. O que, segundo o executivo, exigia decisões rápidas e acertadas.

Os investimentos em BI foram definidos em 2005, quando a Saint-Gobain Distribuição Brasil tinha planos de expansão. A meta era crescer fisicamente e aumentar o número de lojas - indo de 21 para um total de 41.

Para suportar esse crescimento, a parte de informática teve de ser totalmente repensada, sobretudo seus sistemas. Nesse momento, criou-se o Plano Diretor que percebeu a necessidade de se ter uma ferramenta de gestão. "Estava na hora de aumentar a capacidade de análise e cruzamento de informações foram determinantes para essa modernização", diz.

Antes da implementação do BI, o acesso às informações acontecia por meio da extração de arquivos diretamente dos sistemas legados. Em seguida, esses dados eram processados em planilha Excel ou por meio do Access, que geravam os relatórios departamentais não-padronizados.

Todos em formatos diferentes e feitos por cada uma das áreas da empresa. De acordo com Carneiro, após a aquisição da ferramenta de BI, da fornecedora MicroStrategy, hoje esses processos vêm sendo substituídos por relatórios e painéis.

O sistema atende a cerca de 90 usuários provenientes das divisões de compras, logística, finanças, vendas e operações. “As informações passaram a ser consolidadas em um banco de dados de 400GB”, conta.

Para a execução do projeto, que ainda não foi finalizado, o grupo Saint-Gobain Distribuição adquiriu a plataforma Microstrategy 8.02. O processo de escolha ocorreu por meio de um Request for Proposal (RFP) apresentado aos principais fornecedores de BI do mercado.

A companhia pretende ainda expandir o uso do BI e já estão em andamento projetos específicos nas áreas de finanças e logística. “Em breve, queremos implementar o módulo Narrowcast para envio automático dos relatórios a e-mails e equipamentos móveis”, diz Carneiro.

Entre os benefícios conquistados, o executivo destaca o acesso dos gerentes de loja às informações. Antes, eles não tinham poder de decisão e eram obrigados a acionar os diretores. E isso acontecia desde uma simples decisão de manter ou não produtos expostos nas lojas para venda até a aprovação de um orçamento para reforma.

Oracle adquire tecnologia de relatórios financeiros

Com software da HyperRoll, empresa quer agregar funcionalidades que ajudem companhias a fechar os trimestres com mais eficiência.

Por IDG News Service
30 de setembro de 2009 - 13h03

A empresa de banco de dados Oracle anunciou a compra de tecnologia da HyperRoll, companhia especializada em softwares de relatório financeiro, e pretende agregá-lo à sua suíte de gerenciamento de desempenho empresarial.

A tecnologia da HyperRoll é utilizada por empresas de grande porte para a reunião de dados de fontes distintas com o objetivo de fechar os balanços financeiros e já trabalha associada às principais soluções da indústria, incluindo o DB2 da IBM e a SQL Server da Microsoft.

Com a negociação, alguns funcionários que trabalhavam no desenvolvimento da ferramenta devem ser demitidos, mas a Oracle anunciou que vai procurar reter alguns dos funcionários.

Os valores da negociação ainda não foram revelados. A empresa afirmou que divulgará o planejamento de introdução do produto nas suas próprias soluções logo que o acordo estiver finalizado.