terça-feira, 17 de maio de 2011

Café com ERP: Contando uma história dentro de um hospital público

===============================================
Nada melhor do que vivenciar histórias para entender como as coisas funcionam. E as vezes, conseguimos boas histórias em momentos ruins...e esse foi o caso.

Eu e os meus irmãos cuidamos de uma tia nossa que tem 76 anos e está com câncer no estômago, já passou por vários outros problemas graves de saúde, cirurgias e faz tratamento contra o câncer no mesmo hospital em questão dessa história.

Ela veio passando mal nesses últimos dias e hoje decidimos levá-la para o hospital. Conversamos com a médica dela da oncologia que nos garantiu um leito na área clínica, onde ela havia comentado, por telefone, que era para darmos entrada inicialmente na emergência que em seguida ela seria encaminhada para o quarto.

Ao darmos entrada na emergência ninguém tinha acesso a nenhum dos dados da minha tia, mesmo tendo um ERP operante no hospital e a ficha dela sendo enorme. Ninguém sabia de nada em relação a disponibilidade de leito, na realidade não conseguiam saber nem se tinha reserva de leito (na parte do hospital que utiliza o ERP) e nem conseguiam saber onde estava a doutora que atende a minha tia e nem se ela estava trabalhando naquele dia.

Fui informado de vários procedimentos contraditórios a ser adotado nesse caso, indo há várias áreas do hospital, onde muitas dessas áreas, mesmo tendo acesso ao ERP, não consultou o sistema e somente confiou em resultados de telefonemas e consultas a papéis.

Decidimos desistir do leito e fizemos o procedimento normal de emergência (que infelizmente já estamos acostumados devido aos problemas de saúde dela), e fiquei perplexo em ver que a médica que faz a avaliação dos pacientes não tinha qualquer acesso ao ERP. Imagine se nós não carregássemos sempre o dossiê médico da minha tia conosco?!?!?!

Mais uma vez vimos uma série de papéis e de acesso a resultados de examos por meios físicos e as enfermeiras estavam acessando aos prontuários físicos (eletrônicos é luxo, claro!!!) que estavam com informações erradas, porque eu mesmo acompanhei as informações com cada médico que a atendeu e ví que não batia com o que havia comentado pela enfermeira... ao chamar um dos médicos ele cancelou o que estava escrito e escreveu outra folha... será que a ANVISA permite esse procedimento?!?!?!

O pior de tudo é que tenho a certeza de que foram gastos milhões de reais para montar a infraestrutura, licenças, etc para o ERP “operante” do hospital e que, mesmo tendo alguns pontos de acesso, nada é feito com efetividade. Como resultado vemos funcionários e pacientes sofrendo desnecessariamente, dinheiro público sendo jogado fora e muita improdutividade acontecendo.

Será que, mantendo uma certa proporcionalidade, isso não está acontecendo na sua empresa?


Só um comentário que não pderia deixar de colocar... a área de TI do hospital fica ao lado da área dos Doentes Mentais... eu juro que é verdade... caso os responsáveis pelo ERP estejam por lá, certamente vão ter um tratamento VIP se precisarem.

Abraços;

Mauro Cesar
mauro.oliveira@vilelaleite.com.br
Fundador e Gestor do Espaço ERP

Nenhum comentário: