Projeto apresenta informações em video wall de 12 metros que mostra dados de sistemas legados, ERP e câmeras com imagens em tempo real da planta de Ipatinga da siderúrgica.
Por Redação da Computerworld
23 de dezembro de 2009 - 15h00
A empresa siderúrgica Usiminas precisava otimizar as etapas de produção de sua fábrica em Ipatinga (MG). A solução escolhida foi criar um centro integrado de operação que reúne profissionais de cada etapa do processo de produção e conta com um video wall onde são apresentadas, em tempo real, informações da cadeia produtiva.
O projeto, realizado pela consultoria de tecnologia Neoris, levou dois anos para ser concluído e sua implantação foi finalizada em outubro. Com a solução, os 23 profissionais que trabalham no centro de operação em cada um dos três turnos podem modificar procedimentos em cada etapa para garantir melhores resultados à produção como um todo.
"Ipatinga é uma planta siderúrgica integrada. Somos uma usina em série, temos interdependência de processos, por isso necessidade de sincronismo entre eles", explica o gerente de programação e controle de produção da planta, Leonardo Zenóbio.
O video wall com 12 metros de largura e 2,5 metros de extensão é formado por 14 cubos que formam uma imagem completa. O conceito do projeto é apresentar as informações visualmente, por meio do uso de diferentes cores, de forma que elas sejam facilmente identificadas pelos profissionais que monitoram os processos.
Os dados mostrados no video wall são obtidos graças à integração com sistemas legados da Usiminas (chamados Manufacture Execution Systems - MES -, ou sistemas de execução de manufatura), com o ERP da SAP usado pela empresa siderúrgica, com imagens de 32 câmeras de vídeo instaladas em toda a fábrica e com o sistema de mapa georeferenciado do pátio da fábrica.
A aplicação baseia-se na ferramenta SAP MII (Manufacturing Integration and Intelligence), que permite extrair e agregar informações de diferentes sistemas. "As informações são apresentadas simultaneamente ou de forma combinada, gerando um terceiro dado que é mostrado no video wall", completa o diretor da área de manufatura da Neoris, Jorge Mottecy.
A cadeia produtiva da Usiminas tem 55 processos, controlados por 180 pontos mostrados no videowall, que são locais onde ocorrem eventos de produção ou transporte, por exemplo. Cada ponto pode ser visto com até quatro níveis de detalhe, garantindo que a análise da informação chegue até o nível da planta. A atualização das informações ocorre, em média, a cada minuto, segundo Mottecy.
"Nossa proposição foi juntar funções e pessoas em lugar único, tendo o video wall como um site de informações e alertas onde cada profissional pode olhar não só um processo específico, mas a cadeia produtiva como um todo. Às vezes a decisão sobre um processo pode ser boa isoladamente, mas pode prejudicar o processo da frente", observa Zenóbio.
O gerente da Usiminas diz que a solução ainda está na fase de adatapção cultural dos profissionais, devido à mudança de processos que trouxe para a empresa. Mas Zenóbio avalia que já é possível notar que a informação entre as áreas de estratégia, produção e operação está muito mais convergente, o que faz com que todos os envolvidos entendam porque determinada ação foi tomada e qual efeito ela teve sobre toda a cadeia produtiva. "Estamos falando muito mais a mesma língua", ressalta.
O executivo não quis revelar o valor investido no projeto e tampouco os resultados quantitativos que a Usiminas espera alcançar com a adoção do video wall. Mas um dos objetivos da empresa á maximizar o tempo de entrega do produto para os clientes, além de reduzir a variabilidade do prazo de entrega de cada etapa do processo produtivo. Zenóbio espera alcançar essas metas em seis meses e prevê que o retorno sobre o investimento será atingido em um ano e meio.
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