terça-feira, 13 de abril de 2010

SAP: quais são os benefícios da atualização?

A estratégia atual da fornecedora de distribuição de atualizações por meio de pacotes de melhorias está ganhando espaço no mercado, mas há alternativas.

Por IDG News Service
13 de abril de 2010 - 07h05

A palavra “atualização” tem sido um bicho-papão virtual para os clientes da SAP, considerando o histórico de dores, tempo e custo de migrar para um novo ERP da companhia. Por algum tempo, a SAP vem tentando integrar seus usuários ao ECC 6.0 por meio de seu programa de “pacote de melhorias” que promete novos recursos sem o transtorno de uma atualização técnica completa. Os usuários não podem tirar vantagem dos pacotes antes de adotar a versão 6.0.

Enquanto isso, uma boa porcentagem de clientes da SAP precisa enfrentar decisões de atualização neste ano, pois estão utilizando plataformas como a R/3 4.6, cujo suporte será encerrado em dezembro, e a 4.7, que teve suporte encerrado em março de 2009.

Usuários que não querem atualizar seus sistemas terão três alternativas: arcar com aumento no custo de suporte da fabricante; mudar para uma provedora terceirizada de suporte ou optar por não ter suporte pago.

A estratégia dos pacotes é, por outro lado, crucial para a SAP, que precisa manter sua receita com suporte lucrativa enquanto facilita a vida de seus usuários, particularmente em casos de aplicações de software como serviço (SaaS, em inglês), nas quais as atualizações são feitas pela própria fabricante. Alguns usuários que estão usando os pacotes de melhorias dizem que seus sistemas funcionam bem como o prometido, e suas posições estão se elevando rapidamente.

Cerca de metade dos 13 mil clientes da SAP no ECC 6.0 já baixaram os pacotes de melhorias, segundo um assessor da empresa. Esse número representa o dobro do verificado no final de 2009, quando havia pouco mais de 3 mil usuários, segundo uma entrevista daquela época do atual co-CEO da empresa, Jim Hagemann. A SAP não forneceu o número de consumidores que ainda utilizam o R/3.

A estratégia da SAP com os pacotes “faz muito sentido”, segundo o CIO da Northern Kentucky University (NKU), Tim Ferguson. “Relativamente falando, se comparados aos métodos anteriores da empresa para atualizações, os pacotes são bem fáceis de instalar”.

A NKU participou do programa de testes do pacote e sua ação influenciou a SAP a adicionar algumas ferramentas-chave de que precisava, segundo Ferguson.

Enquanto as funções centrais da SAP utilizadas pela NKU (faturamento e folha de pagamentos) são estáveis, os sistemas que entram em contato com os estudantes devem evoluir regularmente, afirmou Ferguson.  Um dos pacotes conta um novo serviço web que permite aos usuários se registrarem em aulas por meio de seus iPhones, por exemplo. “Os estudantes que estão surgindo nesta geração esperam novos tipos de serviços. Temos que mudar para atender essas necessidades”, constata Ferguson.

A estratégia de pacotes da SAP é aparentemente satisfatória para alguns consumidores, mas ainda envolve algum tipo de trabalho para eles. “Tenho escutado boas coisas”, avalia o analista independente que acompanha a SAP, Jon Reed. “Mas elas não são tão boas quanto o marketing da SAP as apresenta às vezes”, ressalta.

Os testes de sistemas continuam sendo um fator crucial, observa Reed. “Coisas quebram durante a integração e há um método para lidar com isso, incluindo processos de teste e sandboxing para que não haja problemas quando a migração ocorra. Os usuários precisam se antecipar a problemas em seus sistemas”, acrescenta.

Mas a SourceGas, uma fábrica norte-americana de gás, teve apenas um problema ao instalar os pacotes de melhorias com a funcionalidade “propriedade real flexível” no SAP, conta o diretor de soluções corporativas Michael Catterall. A companhia utiliza esse módulo para administrar informações relativas aos vários servidores que mantém em sua infraestrutura em todo o país. “Quando trouxemos o pacote de melhorias 4, meio que o quebramos um pouco devido ao modo como qual o configuramos”, diz Catterall.

A SourceGas planeja “continuar de olho nos pacotes de melhorias conforme eles são lançados”, orienta Catterall. “Primeiro, vamos olhar onde podemos melhorar e aproveitar mais dos módulos que integramos”.

Enquanto isso há uma tarefa substancial em alcançar o ECC 6.0. Os gastos com atualizações podem somar de 50% a 85% dos custos de integração originais, que variam de acordo com fatores como o número de pontos de integrações e personalizações, segundo o analista parceiro do Altimeter Group, Ray Wang.

O negócio de alguns fabricantes é simplificar as atualizações da SAP. A Newell Rubbermaid realizou uma atualização recentemente da versão 5.0 para a 6.0 sob um deadline apertado. Para ajudar, a companhia utilizou uma ferramenta da Panaya, de acordo com o diretor de desenvolvimento de aplicações da empresa, Glenn Griffin.

O software da Panaya é capaz de analisar o sistema SAP de um cliente e determinar quais mudanças precisam ser tomadas para evitar problemas depois da atualização. A ferramenta não detectou todos os problemas, mas, depois da atualização, Rubbermaid teve menos registros de problemas do que em uma atualização anterior, afirmou Griffin.

Além disso, a atualização faz sentido para consumidores R/3 que ainda estão comprometidos com a SAP e querem novas atualizações entregues em pacotes, segundo Wang. Mas esses clientes têm outras opções em potencial hoje em dia, como manutenção terceirizada e aplicações SaaS.

Nenhum comentário: