Todas as quintas-feiras publicamos no portal GestãoAdvBr um artigo inédito sobre departamentos jurídicos e seus relacionamentos internos, com escritórios terceirizados e muito mais. Nos acompanhe!
No dia 12 de Outubro comemoramos o dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, um feriado nacional religioso, embora tenhamos um Estado dito laico.
Pensando em ser criança, em evoluir de criança para adulto, refletindo em como esta mudança de maturidade e inteligência emocional deve ocorrer, brindo com algumas reflexões importantes que jamais sejam esquecidas.
Uma destas reflexões vem de Buda:
“Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.”
A criança acredita em tudo que vê, escuta ou falam a ela. Ela não sabe ter filtros. Ela aceita tudo como verdadeiro. E você? Como lida com a realidade que vem da sua equipe? Com a realidade da empresa? Com a realidade do dia a dia da sua família?
Parece simples, mas não é. Despir-se das realidades acumuladas ao longo dos anos e procurar encontrar a verdade para si mesmo é um desafio que apenas a maturidade traz.
De outro lado, ter a inocência do acreditar também é importante para o desenvolvimento dos filtros que a vida adulta nos ensina.
Khalil Gibran nos ensina com maestria sobre filhos:
“Uma mulher que carregava o filho nos braços disse:‘Fala-nos dos filhos’.E o profeta falou:Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos da vida por si mesma.Vêm através de vós, mas não de vós. E embora vivam convosco, não vos pertencem.Podeis outorgar-lhes vosso amor,mas não vossos pensamentos,porque eles têm seus próprios pensamentos.Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;pois suas almas moram na mansão do amanhã,que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e o estica com toda a sua forçapara que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.Que vosso encurvamento na mão de Arqueiro seja vossa alegria.Pois assim como o Arqueiro ama a flecha que voa,ama também o arco que permanece estável.”
Quantas vezes vislumbramos líderes carregando subordinados como filhos? Não compreendendo que para eles crescerem e se desenvolverem precisam estar livres? Desligados, desplugados, desconectados do arco? O líder deve e pode ensinar, dar a direção do alvo, contudo a flecha deve resistir ao ensinamento, aprender com o vento, superar a gravidade e os obstáculos para atingir seus objetivos.
Tratar colegas ou subordinados como filhos é mais do que um erro, é uma forma de infantilizar a relação com eles.
Como queremos um Brasil melhor, laico, voltado a produção e crescimento se sequer sabemos como nos relacionarmos com outras pessoas?
Dúvidas infantis, outras nem tanto, mas a descoberta, amadurecimento e possibilidade de mudança está em cada um de nós, já disse o próprio Buda.
Embora, se quero um Estado laico, melhor pegar afirmações de outra fonte…
Enfim,
As reflexões que posso fazer para uma criança, que seja a minha interior, é de buscar em si mesma as respostas para as dúvidas que surgem, baseadas naquilo que ela já aprendeu, com os erros dos outros e mais, tirando conclusões pelos seus próprios erros e acertos, posto que somos flecha lançadas por nossos pais para atingir nossos objetivos neste mundo.
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Artigo escrito por Gustavo Rocha – Sócio da Consultoria GestaoAdvBr
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